Confesso que sou um fã da Platinum Games. Depois de ter jogado Bayonetta fiquei completamente rendido ao talento do estúdio. Agora esse mesmo estúdio prepara-se para lançar outro dos seus produtos com o nome de Vanquish. Bayonetta teve o "toque mágico" de Hideki Kamiya, mas Vanquish não lhe fica atrás, o director do jogo é Shinji Mikami, responsável por jogos como Resident Evil e Resident Evil 4.

Então o que podemos esperar de Vanquish? Com o talento por detrás do jogo as expectativas são altas. Outra figura conhecida a produzir o jogo é Atsushi Inaba, tem no seu currículo jogo Okami, Viewtiful Joe e Devil May Cry.

Tendo em conta tudo o que vi e joguei de Vanquish até ao momento, acção do princípio ao fim é aquilo que será oferecido ao jogador. Se me perguntassem para descrever o jogo numa palavra eu diria Frenético, quase nem há tempo para respirar. Viciante é outra palavra que associo a Vanquish, toda aquela acção a decorrer no ecrã prende completamente o jogador e quando acaba deixa-o a ansiar por mais.

A história em que o jogo se baseia poder ser classificada como cliché. Temos o típico embate entre os E.U.A e a Rússia, nós estamos do lado do primeiro que geralmente assume o papel do "bom da fita". Uma guerra entre estas duas potências mundiais é desculpa perfeita para acção a esbordar por todos os lados.

Sam e o seu fato super-especial ARS (Augmented Reaction Suit) é um dos pontos cruciais em Vanquish. É este fato que garante a Sam as suas habilidades e que o protege no campo de batalha. O Bullet Time é sem dúvida o maior poder do ARS, activando este poder conseguimos provocar muitos estragos. Quando estivermos prestes a morrer, o Bullet Time acciona-se automaticamente, garantido ao jogador algum tempo para se recompor e livrar-se das ameaças em seu redor. Outra habilidade do ARS é o deslizar a alta velocidade, isto permite chegar a qualquer ponto do mapa num piscar de olhos e serve também para fugirmos se estivermos em apuros.

A dificuldade promete ser um pouco mais elevada que o habitual. Uma atitude louvável pois nesta indústria os jogos são cada vez mais fáceis. A dificuldade "God Hard" será para os masoquistas, segundo Mikami. Se for como em Bayonetta, nesta dificuldade perdemos o acesso ao Bullet Time, uma grande ajuda nos momentos de mais acção. Juntem a isto uma IA muito mais difícil e têm um jogo terrivelmente difícil. Aqueles que não procuram um desafio, podem optar pelas dificuldades "Casual Automatic" e "Casual".

Está à vista de todos que Vanquish aproveita mecânicas de outros jogos. A Insomniac descreveu o jogo como "Gears of War sob o efeito de drogas" e ainda assim elogiou o jogo. A inspiração noutros jogos não é uma coisa negativa, eu pelo menos não vejo isso como tal, nem sempre os jogos têm de ser originais para obterem qualidade e sucesso, há vários exemplos disso no mercado. Se a experiência providenciada for boa, a originalidade não é necessária, e pelo que experimentei de Vanquish a experiência é brutal.

Por esta altura muitos de vós já têm uma opinião sobre Vanquish, uma demo está disponível na PlayStation Network e Xbox Live. Mas claro esta é apenas uma pitada daquilo que Vanquish tem para oferecer. Chamo a atenção para a luta final com o o mech gigante que é um espectáculo e que demonstra aquilo que Vanquish pode oferecer. Uma segunda demo está a caminho no Japão, denominada de "Challenge Mode", no entanto nada foi dito sobre a disponibilidade no Ocidente.

No evento SEGA Unfold, em Londres, tive o privilégio de ver um novo nível de Vanquish. Esse foi o nível da Floresta (não é bem uma floresta, é uma floresta dentro de uma estação espacial). Como seria de esperar de Vanquish, a acção não pára do princípio ao fim. Novos inimigos apareceram, uns robôs com o dobro do nosso tamanho e que conseguiam perfurar o chão devido às suas perfuradoras no lugar das mãos. Mesmo depois de ficarem sem pernas, continuam a dar luta arrastando-se pelo chão.

Ainda neste nível, pude observar algumas armas novas como um lança-rockets e a sniper. São armas poderosas e que não vamos encontrar em abundância. Além disso a sua munição é reduzida pois de outra forma o jogo não seria um grande desafio.

Graficamente está um espanto na medida que a quantidade de coisas a ocorrer no ecrã ao mesmo tempo é impressionante. O cinzento é a cor predominante em Vanquish, seja nos inimigos como nos cenários. Deste modo a Platinum Games corria risco de criar uma confusão visual e poderia para difícil para os jogadores identificar os inimigos. Para contrariar este efeito, foram adicionadas cores contrastantes como o azul e vermelho. O azul é sobretudo utilizado nos efeitos visuais e o vermelho aparece geralmente nos mechs para identificar os seus pontos fracos.

A experiência single-player será tudo aquilo que Vanquish oferece. É de louvar esta atitude por parte da Platinum Games, cada vez existem mais jogos a apostar mais na componente multijogador e a negligenciar outros campos do jogo. Para explicar a ausência do multijogador, Mikami disse o seguinte: "Vanquish é muito intenso, é um jogo cheio de acção. Existem tantas coisas a acontecerem ao mesmo tempo. Quando levas isso para um ambiente multijogador, então tens de considerar realisticamente retirar muitas dessas coisas. Deixa-te um pouco desanimado quando tu tens um modo multijogador que não tem um grande impacto, e que acaba por ser como todos os outros. Ou até ainda pior."

Vanquish promete ser mais um excelente trabalho por parte de Shinji Mikami. Talvez a tarefa mais difícil para o jogo seja captar a atenção dos jogadores pois é um novo IP e o seu lançamento encontra-se próximo de títulos já assentados no mercado e que vendem só pelo seu nome.