[Review] Spider-Man: Edge of Time
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[Review] Spider-Man: Edge of Time
TOTAL: 65
Visual Nota 60
Jogabilidade Nota 60
Áudio Nota 65
Diversão 65
Spider-Man: Shattered Dimensions, lançado no ano passado sob os cuidados da desenvolvedora canadense Beenox, expandiu o universo do “cabeça de teia” e mostrou diferentes facetas do Homem-Aranha. Com uma jogabilidade diversificada e uma direção de arte consistente, o título mostrou que o aracnídeo da Marvel ainda tem muita teia nos seus cartuchos.
Mesmo sem alcançar o mesmo feito da Rocksteady, com a sua reinvenção da franquia Batman, a Beenox mostrou grande habilidade no trato com o herói. Em Shattered Dimensions encontramos uma proposta genuinamente diferente: quatro versões diferentes do mesmo herói. Os diferentes universos da mitologia Marvel se fundiram para criar um jogo divertido, variado e repleto de ação.
Agora, a Beenox volta a explorar o “Teioso” em uma nova produção. Em Spider-Man: Edge of Time a premissa muda um pouco, mas o conceito segue o mesmo. No entanto, o conceito já não apresenta a mesma originalidade do título anterior o Homem-Aranha já mostra sinais de cansaço.
Dessa vez, nos deparamos com duas versões do herói — duas linhas temporais diferentes — que oferecem diferentes formas de se jogar: uma com o bom e velho Peter Parker (do universo Amazing) e outra com Miguel O'Hara (o Homem-Aranha 2099). Porém, a ideia é muito melhor do que a execução e no final a teia já não tem a mesma aderência, mesmo assim, duas aranhas são melhores do que uma.
APROVADO:
Causalidade temporal
A trama de Edge of Time é um pouco confusa, mas segue uma coerência própria das histórias em quadrinhos. O destino de dois “Aranhas” se cruza quando um cientista do universo 2099 resolve brincar com uma linha temporal alternativa.
Walker Sloan da Alchemax — megacorporação maligna do universo 2099 — planeja voltar no tempo para criar a empresa anos antes da sua fundação original, aumentando ainda mais o seu poder no futuro. Para impedir o plano de especulação financeira intertemporal, Miguel O'Hara — o Homem-Aranha 2099 — forma uma aliança com o cabeça de teia do passado, o famoso Peter Parker (do universo Amazing).
Os dois lutam contra o mesmo inimigo, no mesmo lugar (a sede da Alchemax), mas em tempos diferentes. Assim, as ações de um herói afetam o futuro de outro, graças ao efeito de “causalidade temporal”.
Essa é a grande sacada da trama e da jogabilidade de Edge of Time. Em determinado momento o Aranha do futuro pode encontrar uma barreira na sua frente, porém, caso o outro Aranha impeça a construção dessa barreira no passado, ela simplesmente deixará de existir na realidade de seu parceiro extratemporal.
E apesar de pouco explorada, esse “efeito borboleta” cria uma dinâmica muito interessante que se destaca como um dos pontos fortes do jogo. O potencial desse conceito é intensificado pelas interações bem humoradas dos dois protagonistas, mas falaremos disso mais adiante.
Quadrinhos em ação:
A direção de arte é o elemento que mais se destaca em toda a produção. Artifícios como a utilização de interações “Picture-in-Picture” — com uma tela menor na parte inferior do display — passa uma impressão de integração e urgência ainda maior.
Ademais, a troca de chistes entre os dois Aranhas é muito boa. A dublagem é excepcional e os atores entregam as falas com muita propriedade, salvo alguns diálogos proferidos pelos vilões. Mesmo assim, o trabalho de voz é de alto padrão.
Outro ponto positivo são os visuais em si. Graficamente falando o título é muito bem acabado, destaque para os modelos e as texturas, especialmente dos uniformes dos heróis.
REPROVADO:
Enrolado na teia:
Um dos atributos mais interessantes de Shattered Dimensions era a variedade conferida pela existência de quatro protagonistas diferentes, cada um com uma ambientação e jogabilidade singular. Em Edge of time a ideia é similar, porém, com apenas dois heróis.
Todavia, dessa vez parece que a Beenox não se esforçou tanto e toda a jogabilidade parece se repetir incessantemente. Não se trata de um problema causado apenas pelo número reduzido de Aranhas, na verdade a própria estrutura linear da história acaba passando essa impressão.
Apesar de distintos, a jogabilidade dos dois personagens não difere muito, os combos são basicamente os mesmos e as diferenças são muito minuciosas para chamarem atenção do jogador. Os poderes especiais de cada um são divertidos e bem estilizados, mas não acrescentam muito a estrutura geral.
Ademais, a campanha tem apenas seis horas, e por mais que você possa desbloquear conteúdo extra não há muita motivação por trás disso. Somente os fãs mais ardorosos do “Teioso” realmente se darão ao trabalho de jogar tudo novamente apenas para poder conferir um uniforme diferente. Em suma, o conteúdo adicional está lá, mas não há razão para ir atrás dele.
Por fim, ainda temos a questão do design dos cenários. A ambientação fechada, dentro de corredores estreitos e locações repetitivas deixam o jogo monótono além de sublimar uma das habilidades mais interessantes do Homem-Aranha, a capacidade de se balançar com sua teia livremente pelos céus de Manhattan.
VALE A PENA?
Edge of Time não se compara ao seu predecessor. Shattered Dimensions inovou, enquanto essa edição apenas reproduziu, e com qualidade inferior. O título apresenta um potencial interessante, mas é mal explorado.
O conteúdo extra não é suficientemente instigante para compensar a curta campanha (de apenas seis horas) ou a jogabilidade repetitiva. Os visuais são atraentes, mas o design de cenários é pouco inspirado e poda um dos elementos mais atraentes do Homem-Aranha, a sua liberdade de movimento.
Spider-Man: Edge of Time não é o pior título baseado na franquia do “cabeça de teia”, porém fica longa das melhores aventuras do aracnídeo. A Beenox já mostrou que tem talento, mas parece que dessa vez o estúdio canadense não se esforçou o suficiente. Quem sabe uma lição do próprio Homem-Aranha viesse a calhar: “Com grandes poderes vem grandes responsabilidades”.
FONTE: BaixakiJogos
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