[Analise] Mass Effect 2 Ps3

Shepard chega ao PlayStation 3 e aumenta as fronteiras da galáxia Mass Effect

Lançado originalmente como uma exclusividade da Microsoft, Mass Effect 2 foi sem sombra de dúvida um dos melhores títulos de 2010. Agora, depois de muito tempo de especulação, a franquia épica da BioWare finalmente estreia no PlayStation 3.

Depois do sucesso estrondoso de Mass Effect — primeira parte da trilogia espacial — muitos apostaram que a série também chegaria ao console da Sony, porém nada foi confirmado. O tempo passou e logo veio o anúncio do lançamento de Mass Effect 2.

Em janeiro de 2010 a segunda parte da saga do Comandante Shepard chegou ao Xbox 360 e PC. Mais uma vez os donos do PS3 foram deixados no vácuo. Algumas expansões depois veio a GamesCom 2010 (em agosto de 2010) e a revelação de que Mass Effect finalmente estrearia no console da Sony.

Infelizmente, algumas coisas se perderam pelo caminho. O primeiro título da franquia segue como exclusividade da Microsoft, porém, Mass Effect 2 e Mass Effect 3 já tem lugar reservado na prateleira de jogos do PlayStation 3.



Aprovado:

Opera espacial

Evocando imagens de clássicos da ficção científica — como a franquia Jornada nas Estrelas (Star Trek) e os tradicionais Buck Rogers e Perry Rhodan entre outros — a trama de Mass Effect pode ser considerada como uma das melhores obras do gênero dos últimos tempos.

Combinando elementos típicos da literatura popular de ficção científica — mais especificamente dos subgêneros Space Opera e romance planetário — Mass Effect criou um universo próprio que já se equipara a produções de autores icônicos como Arthur C. Clarke, Edgar Rice Burroughs, Issac Assimov e L. Ron Hubbard (para citar alguns).

Img_normalNa primeira aventura de Shepard fomos apresentados a um universo fantástico povoado por seres intrigantes. O retorno de uma antiga ameaça jogou o herói no meio de uma “guerra secreta”, que pode custar a vida de todos os seres da galáxia.



Mass Effect 2 não perde a deixa e retoma a história injetando ainda mais ação e mistério. Para os jogadores do PlayStation 3 fica apenas o prólogo de Mass Effect: Genesis — que não faz justiça a grandiosidade do universo Mass Effect. Porém, no final o que importa é que agora os jogadores do PlayStation 3 também podem apreciar um dos melhores títulos desta geração.

Genesis

Mass Effect: Genesis é uma revista em quadrinhos interativa feita especialmente para o PlayStation 3. Como o console da Sony não receberá o primeiro Mass Effect, o quadrinho Genesis mostrará os principais eventos do jogo original.

Além disso, Mass Effect 2 conta com um sistema de importação de dados do primeiro jogo. Assim, ao trazer o seu “Sheppard” do primeiro jogo, você também carregava uma série de consequências de suas ações, bem como a sua personalidade.

Para contornar este problema, Mass Effect: Genesis traz as principais decisões do primeiro jogo, como a decisão sobre o destino da Rainha Rachni, de Urdnot Wrex, do Conselo da Cidadela e muito mais. Trata-se de uma solução muito prática e inteligente.

O melhor de tudo é que este DLC é gratuito, basta acessar a Cerberus Network e baixar o pacote Mass Effect: Genesis. Você “jogará” a história entre a cena de abertura e a tela de personalização do Shepard — antes da ação começar para valer.

Role “Action” Playing Game

O sistema de combate é um dos melhores aspectos da jogabilidade de Mass Effect 2. A mira refinada alia-se ao esquema de dano permitindo que o jogador acerte partes específicas do corpo. Assim, caso você acerte o braço ou uma perna, o membro do inimigo ficará inutilizado.



A inteligência artificial é outro ponto alto — mesmo que seus companheiros de equipe ainda sofram com alguns momentos de estupidez digital. Todos os personagens se comportam de acordo com suas classes e capacidades.

Soldados partirão para o combate próximo, enquanto adeptos dos poderes bióticos preferirão manter alguma distância enquanto debilitam seus oponentes através de seus vários poderes.

A dinâmica de comando do esquadrão também adiciona um elemento tático muito interessante aos combates. Você poderá emitir ordens diretas para cada um dos membros da sua equipe, coordenando-os e criando estratégias de ataque. Desta maneira, é possível explorar ao máximo os pontos fortes de cada um dos membros de sua equipe.

Chega de papo!

Os diálogos de Mass Effect 2 são rápidos e ainda contam com uma opção de interromper a conversa e partir para a ação. O sistema segue o mesmo estilo de outros jogos da Bioware, você possui algumas opções básicas de resposta cada uma pendendo para uma inclinação moral diferente (boa ou má).

No entanto, em determinado momento do diálogo um botão contextual aparecerá na tela que, se pressionado, interromperá o colóquio com uma ação inesperada. Da mesma forma que a roda de diálogos possui duas opções morais, estas ações contextuais também podem pender para o bem ou para o mal.



Coisa de filmeImg_normal

O trabalho de som, com todos os efeitos e trilhas (composta e produzida por Jack Wall, Sam Hulick, David Kates e Jimmy Hinson), é louvável, mas as dublagens merecem menção especial. Como no primeiro jogo grandes atores foram chamados para emprestar suas vozes aos personagens de Mass Effect 2.

Entre os astros da vez estão nada mais nada menos do que a própria Trinity (Carrie Anne Moss), Seth Green (o filho do Dr. Evil na série Austin Powers), Martin Sheen (de Apocalypse Now) e as estrelas da televisão, Yvonne Strahovski (Chuck), Tricia Helfer (Battlestar Galactica) e Michael Dorn (Jornada nas Estrelas: A Nova Geração).

Pano de fundo

A contextualização das missões secundárias é um ponto positivo do jogo. Diferente do que acontecia em Mass Effect, o design dos níveis é inventivo e não incorre nos erros do passado (repetindo as mesmas missões em ambientes genéricos).

As suas incumbências contam com uma história envolvente, sendo que as tramas paralelas ligadas aos seus companheiros de equipe dão um toque muito especial à construção dos personagens e à atmosfera geral do jogo.

Além disso, cada missão paralela dos seus companheiros de equipe desbloqueia uma habilidade especial para o personagem em questão. Por sinal, Mass Effect 2 para o PlayStation 3 já vem com as expansões Kasumi's Stolen Memory, Overlord e Lair of the Shadow Broker.

Além disso, você também pode baixar o os pacotes que adicionam o personagem Zaeed Massani, o veículo de exploração (Hammerhead) e a missão, Normandy Crash Pack.



Reprovado:

Só mais um pouquinho

Apesar da belos, os gráficos de Mass Effect 2 para o PlayStaion 3 estão um pouco abaixo da versão para o Xbox 360. Além disso, a instabilidade do frame rate prejudica um pouco a apreciação do jogo, nada que realmente afete a jogabildiade.

Diferente do que é evidenciado nos DLCs, especialmente no pacote Overlord. Vários bugs atrapalham o jogador e, em alguns casos, você é forçado a recarregar o salve do último ponto, algo lamentável.



A inteligência artificial é realmente desafiadora. No entanto, os seus companheiros de equipe ainda sofrem com momentos de burrice virtual — subir em caixotes e outras barreiras não é a melhor forma de ocultar-se dos oponentes.

Agulha no palheiro

O escaneamento de planetas, bem como os minijogos de hacking e arrombamento são os momentos mais “enfadonhos” do jogo. Monitorar os planetas e varrer a superfície em busca de recursos é essencial para o desenvolvimento de novos equipamentos ou de melhorias para as suas armas, armaduras e ferramentas, o que torna a experiência ainda mais frustrante, já que você é virtualmente obrigado a executar essas varreduras.



Vale a pena?

Mass Effect 2 foi um dos melhores jogo de 2010, independente da plataforma, e agora os fãs do PlayStation 3 também podem apreciar o título. A transposição para o console da Sony não é nada perfeita, mas outras adições compensam a maioria dos erros técnicos.

Em suma, Mass Effect 2 brilha no PlayStation 3 com a mesma intensidade que nas outras plataformas, abrindo as portas para uma nova legião de fãs. A saga de Shepard caminha rumo a sua conclusão e desta vez todos os jogadores poderão lutar pela salvação da galáxia.



NOTA FINAL: "95"


Review tirado do Site: baixaki