Antes de tudo, uma pequena retrospectiva. Os últimos dez anos foram espetaculares para os amantes dos jogos virtuais, visto que culminaram no surgimento de plataformas extremamente poderosas. Além da constante — e assustadora — evolução dos computadores, os consoles também sofreram uma guinada e tanto.

Enquanto os portáteis (Nintendo DS e PlayStation Portable) resolveram assumir o papel da sexta geração de video games no próprio bolso do jogador com alguns diferenciais interessantes, os consoles de mesa resolveram adotar o porte de PCs potentes — na época em que o PlayStation 3 e o Xbox 360 foram lançados, é claro. O resultado? Uma sétima geração revolucionária, que está servindo como base para o futuro dos games.

Ideias de todos os tipos vêm aparecendo. Bem, é realmente necessário comentar sobre o estrondoso sucesso de títulos como God of War, Call of Duty, Gears of War, Grand Theft Auto e Guitar Hero? As continuações incessantes dessas franquias mostram que certas fórmulas podem fazer história... E render muito dinheiro a desenvolvedores e distribuidores.


O que dizer da jogabilidade online? World of Warcraft conseguiu atrair mais de onze milhões de aficionados por RPG ao redor do planeta. O MMO da Blizzard serviu — e ainda serve — como fonte de referência para várias outras companhias. Dessa forma, apareceram bons jogos como Age of Conan: Hyborian Adventures e Warhammer Online: Age of Reckoning.

O mais interessante é que relembrar momentos nostálgicos de anos passados também é algo procurado pelas grandes empresas. Bons exemplos são a edição especial de The Secret of Monkey Island (um clássico de aventura da LucasArts) e o ressurgimento do estilo clássico da série Sonic the Hedgehog na forma de Sonic the Hedgehog 4: Episode 1.

A distribuição digital também está mais forte do que nunca. Não é à toa que tanto o Baixaki Jogos quanto outros portais de games fazem questão de buscar e conferir jogos disponibilizados apenas pela internet. Também não é à toa que os programadores capricham tanto nesses games que alguns títulos ficam melhores que certas produções de grande porte.


Por fim, chegamos às opções gratuitas. Battlefield Heroes e Quake Live foram dois títulos que mostraram que não é preciso gastar rios de dinheiro para obter entretenimento de qualidade. Até mesmo as crianças podem se divertir gratuitamente com games como Neopets, MapleStory e Puzzle Pirates. Uma grande sacada da Sony Online Entertainment é o jogo Free Realms, que oferece várias opções de diversão aos jovens aventureiros.

Dito isso, bem-vindos ao futuro.

Em breve
As novidades mais próximas


De início, podemos comentar a respeito de anúncios concretos, mas que ainda impressionam. Muitas pessoas ainda pensam que as inovações tecnológicas que estão por vir não passam de ficção científica. Sim, é do Arc — o "codinome" do novo controle sensível a movimentos da Sony — e do Project Natal que estamos falando.


Depois que o Nintendo Wii foi lançado, outras grandes empresas ficaram entusiasmadas com a possibilidade de atingir jogadores casuais com tecnologias que levam as pessoas a apertar menos botões e mexer mais o corpo. Confira as palavras de Rob Cooper, o diretor-gerente da Ubisoft:

"Talvez o fator mais crucial para uma mudança de paradigma nos novos esquemas de controles com movimentos é se TODAS as audiências aceitarem isto para garantir a lucratividade. O controle de games esteve sendo e ainda é o padrão aceito pelas audiências centrais de jogos, portanto precisamos garantir que elas aceitarão estas novas formas também. A Microsoft reiterou a oferta da Nintendo com o Project Natal em apresentar uma mudança de paradigma, e a Ubisoft está apoiando o Natal com mais de dez produtos em desenvolvimento."

Está claro que essa mudança de paradigma é uma das viradas mais significativas no que diz respeito à jogabilidade. É óbvio que realizar ações virtuais com base em movimentos corporais é algo que não se restringe apenas ao mundo dos video games, mas as grandes empresas vêem essa forma de entretenimento digital como uma das principais maneiras de disseminar essas ideias e propostas.

Quem sai ganhando na competição entre os gigantes do mercado eletrônico, felizmente, são os consumidores. Realismo, praticidade e diversão (que engloba envolvimento, dinamismo, criatividade...). Caprichando nesses três aspectos, uma companhia pode realmente fazer a diferença e inovar no mercado.


Por enquanto, é a Microsoft que está deixando até mesmo grandes produtores — como o ilustre Steven Spielberg — de queixo caído. E isso não se deve apenas pelo fato de que as pessoas SERÃO os controles, mas também pelo seguinte motivo: não haverá mais a necessidade de SABER como usar um controle.

Depois de 2010...
O que será que vem por aí?


Na área de tecnologias que se baseiam em sensibilidade a movimentos, a imaginação vai longe. Para aqueles que, na década passada, pensavam que seria impossível controlar personagens virtuais com o próprio corpo, o futuro poderá ser ainda mais surpreendente.


O gerente sênior de relações entre desenvolvedores da AMD, Richard Huddy, deu a entender que a chance de se livrar da complexidade do aprendizado com os controles da geração atual é algo muito interessante... Principalmente para crianças. No caso, os filhos dele de 11 e 14 anos.

Huddy também afirmou que o Natal e os seus "sucessores" conseguirão ir muito além do reconhecimento facial e da captura de movimentos. O gerente diz que, por volta de 2020, as pessoas terão a possibilidade de controlar as coisas de forma muito mais avançada e detalhada.

"Você estará apto a usar configurações de dedos para indicar bons detalhes granulados, de maneira bem parecida com o que ocorre atualmente com o teclado... Eu realmente não acho que há qualquer razão para pensar que você poderá digitar em absolutamente nada."

Conciliar o uso de periféricos "diretos" com o gerenciamento manual de dados virtuais em um espaço no ar é um dos maiores desafios. Aprimorar a captura de movimentos, a profundidade dessa captura, a precisão (inclusive das expressões faciais) e os demais quesitos referentes à ausência de um controle físico não é nada fácil. Mas não é impossível.


Estímulos musculares para o controle de determinadas ações? Também é um conceito perfeitamente plausível. Você se recorda da notícia do Baixaki Jogos sobre a apresentação da Microsoft durante o Simpósio ACM de User Interface Software and Technology (UIST) 2009? No caso, pequenos movimentos com os dedos foram o suficiente para que as notas de Guitar Hero fossem executadas na tela.

Imersão completa

É impossível prever o que exatamente vai acontecer na próxima década, mas as experiências atuais realizadas por grandes companhias nos fornecem boas pistas de como serão as tecnologias do futuro. Há quem diga que os consumidores não terão a oportunidade de conferir os consoles "PlayStation 4, Xbox 720 e Nintendo Wii 2" e as novidades começarão a ser apresentadas anualmente.

Perspectiva em três dimensões é algo que, além de ser bastante explorado pelos produtores de longas-metragens (o sucesso de Avatar que o diga), pode fazer a diferença no mundo dos video games. Tanto as televisões em 3D quanto equipamentos holográficos são dispositivos muito atraentes para quem procura visualizar cenários de forma mais realista e imersiva.

E, com a rápida evolução das técnicas de reprodução gráfica, tudo tende ao melhor: ambientes vívidos, capazes de transportar os usuários para paisagens simplesmente deslumbrantes. Filtros de correção, recursos avançados de iluminação, texturas cada vez mais convincentes, técnicas incríveis de movimentação e interação... Quanto à progressão do hardware, não há o que comentar.

Analistas afirmam, ainda, que esse "processo de polimento" não será necessário, pois a reprodução visual será perfeita logo de início. Brigar contra os detalhes e corrigir os defeitos gráficos nunca foram ações bem quistas pelos desenvolvedores. Mas, se tudo continuar progredindo no ritmo acelerado da atualidade, nada disso será necessário.

O que você acha de jogar um MMO em três dimensões? Pois é, a indústria planeja caprichar ainda mais na percepção do mundo de um game, bem como no nível de maleabilidade das ações e das interações com o cenário.


Chris Chinnock, presidente da Insight Media (analistas especializados em pesquisa de telas e vídeos), disse que 2020 ainda está longe e é difícil prever o que vai acontecer, ainda mais com a ascensão dos games em 3D. Mas ele arrisca dizer:

"Eu acho que é seguro afirmar que a maior parte dos jogos e todos os games AAA estarão disponibilizados em 3D em 2020. Isso não significa que todos eles serão jogados em 3D, mas existirá essa funcionalidade. Até então, eu também espero um desempenho decente das telas auto-estereoscópicas, o que significa sem o uso de óculos. Head Tracking e Eye Tracking também serão bastante utilizados pelos desenvolvedores para melhorar o efeito estéreo."
E você, o que acha que vai acontecer até 2020?

fonte: baixaki