Mario é a grande mina de ouro da Nintendo — e ela sabe disso. Basta o encanador estar na capa de um game para que ele venda alguns milhões de cópias e a empresa lucre uma boa quantia em seus cofres. É uma espécie de “toque de Midas” que poucos personagens têm dentro da indústria do entretenimento.
E parece que é exatamente com essa situação que a “Big N” brinca em New Super Mario Bros. 2. Depois de fechar o ano fiscal de 2011 no vermelho, a solução mais óbvia que a companhia poderia fazer era trazer um novo título de sua mascote. Curiosamente, no game para 3DS apresentado na E3, vemos o bigodudo correndo atrás de moedas e transformando tudo o que toca em dinheiro. Sugestivo, não é mesmo?


Toque mágico
A demonstração disponível no evento deixa claro uma única coisa: a fórmula clássica apresentada em New Super Mario Bros., lançado para Nintendo DS, continua presente e funciona muito bem. São as mesmas mecânicas vistas em 2006, mostrando que o gênero não envelhece quando alguns pontos são atualizados.
A diferença entre os dois jogos está exatamente nas possibilidades oferecidas. Enquanto o game anterior servia como um retorno à jogabilidade clássica da SNES, New Super Mario Bros. 2 expande isso ao trazer novos (e velhos) recursos, como os poderes inéditos apresentados nos três estágios disponíveis.


O primeiro é o círculo dourado. Ao passar por ele, a fase é inundada de moedas que surgem de todos os lados, incluindo dos céus e dos canos. Até mesmo a recompensa por derrotar monstros é maior, graças a um multiplicador para cada criatura vencida.
E é exatamente aí que está o grande desafio do jogo. Assim como acontece com os círculos vermelhos, você tem um tempo extremamente limitado para aproveitar esse benefício, o que faz com que o jogador corra desesperado para coletar o máximo possível de ouro que encontrar pela frente. E é aí que mora o perigo, já que as chances de morrer são enormes.
A ideia é exatamente brincar com a ganância e obrigar a pessoa a escolher entre a segurança e a riqueza. No meu caso, não resisti à tentação e tentei coletar tudo o que brilhasse em dourado à minha frente — o que rendeu muitas mortes até que eu aprendesse a equilibrar essas duas características.


Já a segunda fase reforça a ideia do toque de Midas do personagem. Graças a um dos itens inéditos, a flor de ouro, Mario é capaz de transformar tudo o que toca em moedas. Ao contrário do que acontecia no mundo anterior, o perigo não é tão intenso, uma vez que não há tempo e os disparos feitos também são capazes de derrotar qualquer Koopa que se aproxime mais do que deveria. Em compensação, você não recebe vidas extras ao chegar às 100 Coins.
Apesar de ser algo bem fácil, é muito divertido ver os blocos e inimigos se transformarem em dinheiro à nossa frente. No entanto, esse sentimento pode ser fruto da empolgação inicial, o que pode tornar o recurso repetitivo com o passar do tempo caso a Nintendo não consiga criar desafios que aproveitem essa característica.
Por fim, temos o retorno de um poder bem conhecido dos fãs da série. O clássico rabo de guaxinim de Super Mario Bros. 3 está de volta, para a alegria dos jogadores saudosistas. Seu funcionamento também permanece o mesmo, permitindo que o herói flutue por alguns segundos e se defenda na base da caudada. Não foi possível testar a capacidade de voar, já que a fase em si era um castelo e não havia espaço o suficiente para que Mario ganhasse velocidade e impulso para alcançar os céus.


Se a mecânica clássica ainda funciona em New Super Mario Bros. 2, por que ela foi criticada na prévia do game para Wii U? Ainda que os dois títulos tenham praticamente a mesma essência, a principal diferença está na proposta apresentada pelas plataformas.
New Super Mario Bros. U tem o dever de mostrar o potencial da nova geração em termos visuais e de experiência. Como o maior personagem da Nintendo, cai sobre ele a responsabilidade de mostrar o que o console é capaz de fazer. Ele ainda é divertido e muito bonito, mas decepciona por não aproveitar os recursos do Control Pad como se espera.
Por outro lado, o jogo para 3DS não tem o mesmo problema, já que Super Mario 3D Land exibiu as armas do Nintendo 3DS no ano passado. Sem esse fardo, New Super Mario Bros. 2 pode ser melhor aproveitado, principalmente graças aos novos poderes.

Fonte: BaxakiJogos